March 30, 2025

FC Porto's Portuguese head coach Sergio Conceicao looks on during the UEFA Champions League Group B football match between Bayer 04 Leverkusen and FC Porto in Leverkusen, western Germany, on October 12, 2022. (Photo by INA FASSBENDER / AFP) (Photo by INA FASSBENDER/AFP via Getty Images)

Uma coisa que tem sido um tema recorrente na carreira de treinador de Sergio Conceição é terminar as épocas em força, e o Milan espera que isso continue. Como escreve a edição desta manhã do La Gazzetta dello Sport (ver abaixo), um exemplo pode ser encontrado na temporada 2022-23. O Porto não conseguiu conquistar o título de campeão, mas, a nove jogos do fim, estava a 10 pontos do líder Benfica e depois terminou a apenas dois pontos deste.

Como? Conquistaram incríveis nove vitórias em nove jogos, acumulando 27 pontos em 27. Além disso, a 4 de junho de 2023, Conceição também levantou a Taça de Portugal ao derrotar o Braga por 2-0 na final.
Ora, se o Milan conseguir repetir uma sequência semelhante, um quarto lugar que valha a Liga dos Campeões seria possível, talvez até provável. E se pudesse também juntar a cereja no topo do bolo da Coppa Italia. A Itália, porém, não é Portugal, e a missão será certamente mais complicada. Independentemente do seu nível, Conceição tem conseguido, muitas vezes e de boa vontade, acelerar perto da meta. Um pouco como aqueles velocistas do ciclismo que se destacam na reta final. Em primeiro lugar nos três títulos conquistados com o Porto (2017-18, 2019-20 e 2021-22).

Mas não só: à exceção da época passada (2023-24), no comando do Dragão, Sergio somou sempre pelo menos 22 pontos nas últimas nove jornadas, sem nunca piorar a posição na tabela.

Quando era o primeiro, mantinha-se em primeiro lugar, quando não era, nunca descia mais baixo do que estava. E em quatro dos sete anos conseguiu também erguer a Taça de Portugal. Um sinal claro de que as suas equipas terminaram sem a luz de combustível acesa.

A esperança é que isso também aconteça com o Milan e as duas últimas vitórias – em reviravoltas na segunda parte frente a Lecce e Como – podem consolidar a ideia de que os rossoneri estão a crescer física e mentalmente.

Sem competições europeias, então, Conceição poderá trabalhar mais com o plantel, necessidade expressa várias vezes pelo próprio treinador. Querendo ser otimista e pensando num lugar na final da Taça de Itália, em Roma, a 14 de maio, seriam três semanas de compromissos duplos.

Claro que o clássico frente ao Inter nas meias-finais não será fácil. No entanto, entre a busca pela Liga dos Campeões e estas duas partidas, o técnico português está a aproveitar as restantes hipóteses de convencer a direção rossonera a mantê-lo. É complicado? Sim, mas não impossível. Conceição tem também de conviver com um ambiente que conhece há menos de quatro meses e cujas pressões não são comparáveis ​​às do Porto, exceto talvez na época passada, em que as eleições presidenciais do clube anunciaram ventos tempestuosos. Milão é Milão e Milão é Milão.

“Depois de termos ganho a Supertaça contra o Inter, empatámos com o Cagliari por um erro individual, como pode acontecer. Desde então, todos os dias trazem novos treinadores para o clube”, queixou-se Conceição no Coimbra Football Congress 2025, na semana passada.

Como se os altos e baixos dos resultados da equipa não fossem suficientes para atormentar o seu sono, eis que chegam os fantasmas de Allegri e cia. para lhe provocar arrepios. Conceição não poderá convocar os Caça-Fantasmas: a única forma de espantar os fantasmas é vencer, e vencer o máximo possível.

Olhando pelo lado positivo, o ex-portista não tem nada a perder. Já conquistou um troféu com os rossoneri (a Supertaça), tem a hipótese de repetir o feito com a Taça de Itália e quando chegou o dia 30 de dezembro, o Milan já estava fora da zona europeia.

Mesmo que não fosse mantido, poucos lhe apontariam o dedo como o único culpado pelo fracasso, algo que lhe deveria dar um pouco mais de paz de espírito.

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