
O renascimento de Fábio Vieira no FC Porto não passou despercebido, muito menos ao presidente do clube, que confirmou agora publicamente que não existe qualquer opção de compra no contrato de empréstimo do médio por parte do Arsenal.
Este pormenor pode ser decisivo, uma vez que Vieira continua a impressionar com um sistema concebido para revelar os seus consideráveis talentos técnicos.
“O Fábio é um dos nossos, alguém que será sempre recebido de braços abertos, conhece estes recantos como ninguém, por isso é que o trouxemos”, disse André Villas-Boas, em declarações a O Jogo. “Está agora num momento único, reconhecido por todos como um dos jogadores mais em forma. Com base nisso, as mesmas razões que levaram o Arsenal a contratá-lo por 35 milhões de euros podem ser as mesmas que fazem com que o Arsenal continue a acreditar nele – e nós perdemo-lo.” Para o Porto, isso seria um golpe. Vieira tem sido um dos jogadores mais eficazes desde que regressou por empréstimo no verão, marcando golos nas últimas três partidas e fazendo uma série de assistências que recordam a sua época de sucesso de 2021/22. Embora ainda subsistam dúvidas sobre o seu perfil físico, poucos duvidam da sua visão, técnica e inteligência, qualidades que o antigo adjunto do Porto, José Gomes, elogiou recentemente como “fabulosas” e “inatas”.
Mas, apesar de toda a admiração do Porto, Villas-Boas foi claro: as mãos do clube estão atadas. “No caso do Fábio, não temos opção de compra”, admitiu. Ao contrário de Nehuén Pérez, cujo acordo inclui uma cláusula que o Porto está “muito interessado em ativar”, o futuro de Vieira será ditado pelo Arsenal.
Isto deixa a equipa da Premier League com uma decisão a tomar. Mikel Arteta, que pressionou pela contratação de Vieira por 35 milhões de euros em 2022, raramente encontrou espaço para o craque português na sua configuração de alta intensidade. Mas com lesões de criadores importantes esta temporada e a evidente melhoria de Vieira num papel mais expansivo sob o comando de Martín Anselmi, a ideia de reintegração pode agora ter mais peso.
O Porto veria com bons olhos um regresso, mas a menos que o Arsenal esteja preparado para retomar as negociações e possivelmente repensar os seus próprios planos, o ressurgimento de Vieira pode acabar por acontecer em Inglaterra, e não em Portugal.