
Ele podia ser visto como a peça que faltava, mas não é isso. Podia ser considerado o melhor médio que o FC Porto já contratou (uma vez que Vitinha é um produto das camadas jovens dos Dragões), mas nem isso é.
Uma máquina capaz de trabalhar horas e horas, fazendo o trabalho duro, por vezes o trabalho que meros humanos consideram inferior, com o único propósito de gerar “lucros” (lucros sendo vitórias para o FC Porto). Ele é um robô. Mas um robô especial.
Repare, o problema dos robôs é que normalmente não têm emoções. A maioria dos robôs é incapaz de sentir o que quer que seja. Este não sente apenas o que significa vestir uma camisola do FC Porto. Ele personifica isso. Ele é a personificação do ADN do clube.
Esta é a sua melhor qualidade enquanto jogador do FC Porto. É isso que o torna a peça que falta. É isso que faz dele a melhor coisa que aconteceu a este clube de futebol na sua história recente.
Taticamente falando, é um médio clássico de área a área. Ajuda a defesa; ele ajuda o ataque. Muitos especularam se tinha qualidade suficiente com a bola nos pés para ser o principal organizador do FC Porto. Bem, sim e não. Ou seja, sim, ele tem qualidade suficiente para o fazer. E não, ele não está a organizar o jogo da equipa. É excelente, empurrando todos para a frente com as suas passadas largas, correndo pelo campo como um camião enorme que vem na sua direção.
É também um complemento ao verdadeiro pêndulo ofensivo e defensivo: Alan Varela. Recupera as suas posições mais rapidamente do que qualquer outro jogador em campo. Oferece uma linha de passe segura mais rapidamente do que qualquer outro jogador. Como disse, uma máquina completa com o ADN do FC Porto.
Ele é tão bom que me atrevo a dizer: não vai ficar por aqui muito tempo.
Se a escolha de Farioli por Victor Froholdt parece acertada, a escolha do técnico italiano em relação a Rodrigo Mora está completamente errada.
Se Froholdt é um robô apaixonado, quero pensar em Mora como o Noé da Bíblia. Tal como Noé, Mora carregou muitos animais durante os tempos difíceis e os períodos de chuva intensa no FC Porto na época passada. Tudo isto sendo menor de idade. Sentiu o peso e o fardo de uma cidade inteira, de uma região inteira, sobre os seus ombros. É talvez o melhor jogador para lidar com a pressão que a Cidade Invicta está a impor à equipa: o FC Porto precisa de ser campeão esta época.
Rodrigo Mora é o melhor talento a emergir da formação desde 2022. Tem potencial, em menos de cinco anos, para se tornar um dos melhores, senão o melhor, jogador de futebol do mundo. Ele deveria estar a crescer para atingir esse objetivo, não a assistir de fora.
É compreensível que os Dragões tenham investido muito dinheiro em Gabri Veiga. Mas o seu ativo mais valioso é este diamante ainda em formação. Ele tem de jogar. Tem de ser titular em todos os jogos. É, de longe, o melhor jogador da equipa.
Percebo de futebol até certo ponto, mas o meu conhecimento do jogo é certamente limitado quando comparado com o do Mister Farioli. Ele estuda o jogo todos os dias. O meu conselho: estude mais. Encontre uma forma de enfrentá-lo.
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